O Exorcista: O devoto (The Exorcist: believer)

The Story so far:

While searching for a conection with her long gone mother, Angela enlists her dear friend Katherine for a seance with dire consequences.

Sinopse:

Angela busca uma conexão com a mãe, que se foi a muito tempo. Para isso ela solicita a ajuda da amiga Katherine para uma sessão espirita com consequências desastrosas

Crítica:

Toda sequência, ou continuação, sofre com críticas fortes. Remakes são alvo do mesmo problema, principalmente quando o filme original é responsável por uma mudança de paradigma no gênero. Nem sempre um filme pode ser adaptado, refeito ou ter uma continuação/sequência que seja digna da obra original.

Quando uma franquia atinge um certo nível de sucesso (como Star Wars, O poderoso Chefão, Star Trek, Sexta-feira 13…etc) muito se espera das sequências: a manutenção da mitologia, da estética, do conflito básico intra e inter pessoal entre protagonistas e antagonistas. Se afastar da proposta original do filme pode trazer consequências desastrosas (como a introdução dos midcholians em Star Wars) e foi exatamente o que aconteceu com O Exorcista: Devoto.

O Exorcista: Devoto é um filme de suspense razoável. Não existem elementos suficientes para chama-lo de terror (os eventuais demônios e o risível exorcismo retratado são causam medo e ocupam um tempo de tela tão ínfimo que passa desapercebido que o filme não gera tensão ou medo; somente sustos) e a tentativa frustrada de liga-lo ao filme original através da reutilização de personagens é, ate certo ponto, ofensiva pois o resultado indica claramente uma certa preguiça intelectual de criar algo novo.

O filme não é inteiramente ruim, os primeiros 40 minutos funcionam bem como um thriller policial. O roteiro não deixa furos significativos, os personagens são bem construídos dentro dos limites possíveis e tecnicamente (iluminação, efeitos especiais, maquiagem, fotografia…etc) é bom. Mas infelizmente isto não basta e o filme termina por decepcionar pela falta de compromisso com o gênero.

David Gordon Green não é um diretor controverso, novato ou ate mesmo inovador. Ele é um funcionário padrão dos estúdios de cinema. Se você precisa de alguém para dirigir um filme, seja drama, terror, thriller, comédia; Green é seu diretor.

Apesar de ter dirigido em sequência, os dois últimos filmes da franquia Hallloween (tido como as piores continuações do clássico de John Carpenter) Green parece não ter especial simpatia ou domínio sobre o que é necessário para criar a tensão necessária nem a coragem para apresentar, em quantidades extravagantes, tripas, sangues e personagens violentos (hoje esse título pertence a Rob Zombie).

Green tem qualidades claras como diretor e elas aparecem no filme, que é de fato bem dirigido. O posicionamento de câmera, a opção pelos filtros de luz que deixam o filme sóbrio, vazio de cor, como se o mundo não tivesse vida ou fosse absolutamente desprovido de esperança, o que é um excelente ajuste a história dos personagens. Infelizmente isto não basta para fazer o filme funcionar.

(from lower left, clockwise) Angela Fielding (Lidya Jewett, back to camera), Katherine (Olivia O’Neill), Pastor Don Revans (Raphael Sbarge), Doctor Beehibe (Okwui Okpokwasili), Ann (Ann Dowd), Tony (Norbert Leo Butz), Miranda (Jennifer Nettles) and Stuart (Danny McCarthy) in The Exorcist: Believer, directed by David Gordon Green.

O roteiro de O Exorcista: Devoto foi escrito por 4 pessoas, isso aponta para uma dificuldade na criação do filme. Além do diretor, que contribuiu na construção da história, Peter Sattler (um diretor e roteirista novato com somente outros dois filmes escritos e dirigidos, incluindo Camp X-Ray com Green), Scott Teems (com boa experiência com o gênero mas infelizmente em filmes ruins como Halloween Kills) e Danny McBride (o reconhecido comediante).

A multiplicidade de experiências e a dificuldade inerente na construção de um entendimento sobre qual o gênero de terror o filme deveria seguir, deixou o filme em um vácuo existencial. Sem uma identidade, sem se comprometer com um estilo de terror (gore, trash, slash, body…etc) o resultado não chama atenção.

Fica evidente que, a fórmula do filme original (feito em 1973), onde crianças são o foco da tensão, não funciona isoladamente. Terror com crianças xingando, de longos cabelos e cobrindo o rosto e eventualmente usando uma referência sexual existem a exaustam atualmente. Sem nenhuma novidade o filme se torna monótono e cansativo.

When you realize you can’t fight back.

O elenco de O exorcista: Devoto não funciona bem. Sem nenhum nome de peso, sem nenhum personagem que se destaque, as boas atuações caem em um vazio. Nada na interpretação dos personagens merece destaque.

Veredito:

O Exorcista: o devoto, é um filme razoável de suspense com uma temática de terror que tangencia a história. Existem uns poucos sustos, os efeitos especiais são irrelevantes, a trama é genérica demais, apesar da história ser bem elaborada e conduzida.

Adotar o nome Exorcista evoca no público uma série de anseios que não são atingidos. Tivesse o filme um título diferente, o impacto e as expectativas seriam menores e portanto a nota seria diferente pois, nada da mitologia original do filme serviu para dar a este filme um verniz de terror. Aguardem os dois filmes desta nova trilogia!

Nota:

Merece 2 de 5 o corpo e o sangue não bastam para sustentar o filme

2 comentários Adicione o seu

  1. Olha, concordo contigo. A Nota, 2/5 realmente o longa merece isso, e acho que ele não consegue contar a história tão bem assim. Nunca vi filme tão arrastado. Só tenho uma questão que gosto da atuação das duas meninas, e o final é agridoce, embora destoe completamente de tudo que foi apresentado (o que foi aquilo na verdade)? A gente até fez uma Crítica desse filme.

    https://guarientoportal.com/critica/o-exorcista-o-devoto-2023/

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    1. Filmose disse:

      Legal a percepção de vocês sobre o filme

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