Arcadian

em

2024 ‧ Ação/Terror ‧ 1h 31m

The Story so far:

Nobody knows exactly how but the world has ended; only but a few survivors remains. A father and his sons are among those fighting to stay alive.

Sinopse:

Ninguém sabe exatamente como, mas o mundo acabou; apenas alguns sobreviventes permanecem. Um pai e seus filhos estão entre aqueles que lutam para permanecer vivos

Crítica:

Arcadian é com certeza, um ótimo filme do gênero. Um terror sólido, com ótimos elementos de suspense, personagens que entregam elementos dramáticos que contribuem para a organização da trama. Com um roteiro excelente, uma ótima direção e atuações surpreendentes, este é um filme que merece ser visto por todos que apreciam um bom susto.

O desenvolvimento dos personagens é bem marcado permitindo ao público criar empatia por eles e se interessar pelas relações estabelecidas na trama. O roteiro é bom e construído com base nas diferentes nuances e desejos dos principais personagens. Cada um destes protagonistas estabelece uma visão diferente dos acontecimentos, dando ao filme riqueza de detalhes e diferentes linhas narrativas integradas. A direção mantém o filme ágil mas as vezes perde o foco tentando organizar diferentes histórias em uma única narrativa.

Tecnicamente o filme é fantástico. A direção de arte fez um ótimo trabalho na caracterização dos personagens, a fotografia é belíssima e a ambientação é muito boa.

Arcadian é um ótimo filme de terror e suspense. A trama é, em ultima análise, uma forte crítica a uma sociedade isolacionista, que prefere guardar recursos preciosos a dividi-los com quem necessita. Essa cultura de acumulação é fundada geralmente na ideia de que o outro existe somente como ameaça. Para além do subtexto político, o filme tem ótimas qualidades como os personagens, a ótima iluminação, uma história sólida e uma boa direção.

Maxwell Jenkins (Thomas) e Jaeden Martell (Joseph) são os protagonista e ambos apresentam ótimas atuações, dando credibilidade aos personagens. Jenkins e Martell desenvolvem uma ótima dinâmica, apresentando conflitos violentos e acolhimento fraternal de forma intensa ao mesmo tempo que sustentam uma infantilidade típica da adolescência, baseada em medos e fantasias.

Nicolas Cage (Paul) merece destaque por uma atuação sólida e muito contida. O personagem de Cage precisa ser professoral, acolhedor, sistemático, rígido sem alienar os filhos favorecendo um em detrimento do outro e neste equilíbrio reside uma das melhores atuações do filme.

Benjamin Brewer não é um diretor com muita experiência. Os trabalhos anteriores dele são majoritariamente, music videos e curtas metragens, com a exceção sendo a ótima comédia de ação Trust (2016), também com Nicolas Cage.

Contudo, é possível identificar um estilo bem definido, marcado por takes mais fechados, uma boa triangulação da câmera, estabelecendo com isso pontos de conflito e mediação entre os personagens além de uma ótima construção de tensão através do jogo entre luz e sombras.

O roteiro é um trabalho de Mike Nilon, um jovem roteirista e produtor. A história é uma visão sombria da sociedade americana, reduzida a grupamentos rurais, pós apocalipse. A trama é focada na relação entre um pai e os filhos e tem como fio condutor os conflitos típicos da adolescência como o desafio a autoridade, a dificuldade em moderar o comportamento diante da descoberta do desejo e da sexualidade e a busca por reconhecimento paterno.

Apesar de estabelecer a personalidade dos adolescentes com base em clichês, definindo um como cabeça dura, viril e atlético enquanto o outro se mostra mais cerebral, flexível e ponderado; o roteiro desenvolve os personagens para além destes limites; sendo importante para criar um clima de tensão constante.

Veredito:

Arcadian é um ótimo filme de de terror e suspense. O roteiro aborda o tema do fim do mundo através de uma perspectiva mais intimista, sem os exageros e clichês que geralmente aparecem em produções semelhantes. A direção mantém o filme focado no desenvolvimento dos personagens, e consegue conduzir diferentes narrativas de forma ágil e inteligente, mantendo a história sempre atraente para quem assiste, pois existe sempre algo novo sendo revelado ou detalhado.

O filme preserva um ótimo final aberto e não perde tempo com um didatismo enfadonho, detalhando os acontecimentos que culminaram no atual momento da trama. Existe um subtexto que nos conduz a reflexões importantes sobre autonomia, controle de impulso, desejos e a importância da sociedade como estrutura central na organização das relações afetivas.

Quem gosta de filmes de terror bem organizados, com uma boa história, bons personagens e um bom final irá adorar Arcadian.

Nota: 3,5/5

Avaliação: 3.5 de 5.

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